segunda-feira, 21 de maio de 2012

FUMETTI ITALIANI




Então, digamos que você chegou naquela encruzilhada da vida de um nerd colecionador de quadrinhos. Você lê quadrinhos desde os seus, sei lá, 6 anos de idade, saiu da turma da mônica, se aventurou nas tirinhas (e lê algumas até hoje que eu sei)  e finalmente se encantou com os quadrinhos da Marvel e DC. Agora, 18 anos depois, você percebeu que nada muda realmente ali: as mesmas histórias se repetem de novo e de novo, os mesmos grupos se desfazem e retornam, o mesmo herói morre e ressuscita.... O que quero dizer é, você fica um tanto desmotivado com os quadrinhos em geral.

Meh. 
Então, o que você faz? Esquece isso e encara os quadrinhos do jeito que estão, como um verme (e como o escritor deste post)? Procura quadrinhos independentes ? ou Jura que vai comprar somente os selos adultos destas editoras, rezando para que , para cada obra com a trindade "morte-sangue-putaria", exista uma que tenha a maturidade que se espera de quadrinhos adultos, e não o que os escritores vomitam pensando que estão arrasando no seu extremismo ?

É claro que há exceções de qualidade nessa trindade...
Você pode fazer tudo isso (Afinal, quem disse que você é limitado a uma só escolha? Isso não é uma prova do Ensino Médio, meu chapa). Mas você também pode se aventurar fora da sua zona de conforto quadrinística, fora dos EUA, e partir para a produção de quadrinhos asiática ( mangás, um tema a ser abordado em breve) ou Européia, no caso desse post, os quadrinhos italianos. Sim, além dos eróticos.

Seja Honesto. A primeira coisa que você pensou ao ler quadrinhos italianos foi na Druuna.
Todo mundo já teve um contato que seja com os quadrinhos italianos. Seu pai ou avô com certeza colecionavam ou pelo menos falavam sobre Tex ou Zagor, e você com certeza já viu nas bancas , ali naquele canto perto das revistas de informática ou as cruzadinhas. No meu caso eu encontrei de uma maneira insólita: na minha pobre, pobre infância, meus pais sempre compravam uma revista usada numa banquinha para mim. Acho que era a forma deles me compensarem pelo trauma de ver um frango lutar pela vida e ser  decapitado naquelas máquinas bizarras de frango que sei lá se ainda existem

"AH MEU DEUS SANGUE, SANGUE DE FRANGO PARA TODO LADO...  O que?  Uma revista?  Claro que quero!"

 Claro que sempre tinha o gibi do Homem Aranha usado (geralmente da época do Uniforme Negor), mas a grnade maioria das revistas que eu ganhava era mesmo Zagor (Na verdade, pensando bem nisso, alguém naquela época devia estar colecionando MUITO Zagor, porque o número de revistas a venda era absurdo). Foi ali que eu vi a grande variedade que podia existir nos quadrinhos, e foi assim que comecei a colecionar os Fumetti.

Como não gostar de um personagem que prefere usar a machadinha contra demônios verdes do que sua pistola? 

 Claro que não só de Zagor vive os Fumetti; estes quadrinhos tem como sua principal característica a enorme variação de temáticas e abordagens com seus personagens. Desta forma,   se você quer partir para uma abordagem mais baseada no Horror, você pode acompanhar as aventuras de Dylan Dog e seu auxiliar, Groucho  Marx (sim, é sério);

Tudo bem que ele se chame "Detetive dos pesadelos", mas essa cadeira já é um exagero.

Se você prefere um bom e velho faroeste, você pode ir na mais clássica das publicações da Editora Bonelli , conhecida até por quem não lê muito quadrinhos: Tex Willer. Com seu grupo de rangers (entre os quais figura seu filho, Kit Willer), sua camisa vastamente amarela, e histórias do Velho Oestes, Tex nos leva para um mundo mais simples, onde cada prolbema pode ser resolvido com conversa, ou com socos e tiros;

Falando em exageros, não seria mais prático pelo menos um deles estar com revólver? Não? Ok, então.
 
Se você prefere uma história mais policial com um toque humano, a aposta é Julia Kendall, a criminóloga, com histórias que realmente tem um fator psicológico bem profundo em cada crime que ocorre (seguindo bem a habilidade de Júlia para entender a psiquê dos criminoss). Além disso,  ela é tão parecida com a atriz americana Audrey Hepburn ( tipo de homenagem que se repete bastante nos fumetti, como se viu no caso de Dylan Dog) que você pode só fingir que é um filme dos anos 50 e relaxar;

Nao faço a menor idéia da história dessa edição. Mas tenho uma teoria "transgênero" bem bizarra.
Claro que  além desses existem muitos outros exemplos, em diferentes gêneros: Ficção científica (Nathan Never), Faroeste Psicológico (Ken Parker), Aventura (Corto Maltese), mesmo o gênero erótico (Druuna, a obra de Milo Manara em geral) ... obras que falaremos em outras ocasiões. O ponto é que, se você está pensando em tentar algo diferente no mundo dos quadrinhos , se está cansado dos super heróis e suas questões cíclicas, se está em busca até de histórias escritas sob um olhar cultural diferente do norte americano, os quadrinhos italianos sõ não só uma boa pedida, como são acessíveis ao púbico brasileiro por um preço razoável, considerando o número de páginas. Assim, se você tiver chance , leia um Fumetti que você não vai se arrepender.

E pra finalizar, uma arte de Milo Manara. De nada.

sábado, 19 de maio de 2012

CABEÇA VS PIPOCA: QUAL O ENTRETENIMENTO QUE VALE?

Outro dia (semana passada), depois de ver Vingadores pela quinta vez (dublado, sem 3D que dói a cabeça dessa vez) , eu comecei a pensar em todas as críticas que eu li sobre o filme, boas e ruins.  Por um lado, você tem pessoas como o Thiago Siqueira do Cinema com Rapadura, afirmando que o filme foi "Divertido e superlativo, mas sem jamais deixar de ser inteligente, “Os Vingadores” é imperdível para qualquer fã de filmes de ação e aventura. " . Por outro lado, temos a crítica do Brainstorm 9 , escrita pelo Carlos Merigo, que caracterizou o filme como "preguiçoso" e o classificou como um "pastel de vento". Isso me fez pensar no que buscamos nas obras, quando estamos indo ver filmes, e mesmo, em qual o valor de uma entretenimento  "pipoca" em geral, artisticamente e para a pessoa que assiste em si.


E qual o valor  da pipoca grande VERSUS um pacotão de Doritos?

O mundo tende a colocar tudo que não é sério, como algo negativo. Você gosta de Guerra nas Estrelas, Quadrinhos, action figures? Você é uma  adulto imaturo, que não está pronto para lidar com as responsabilidades da vida. E no entanto, por que tudo tem que ser sério?  Por que filmes como Vingadores, ou, digamos, Snatch, são vistos como obras menores perto de outros filmes como Batman:  O cavaleiro das trevas ou O poderoso Chefão?

Ou Brinquedo Assassino 2 ? 
A comparação acima pode ser estranha, e certamente é, porque é injusta. Cada um desses pares de filme pertence a um grupo completamente diferente de entretenimento, e é somente nossa culpa misturar esses tipos, somente por pertencerem a mesma mídia. Isso também se refere a quadrinhos, séries de TV, livros...  Existe uma necessidade de algo leve no entretenimento, porque nem sempre precisamos pensar em nossa vida e modo sócio-político do mundo., Às vezes, só queremos ver uma boa história se desenrolar, ou rir um pouco.

Nem todos os filmes são bons em gerar risadas...


O ponto é, que o entretenimento pipoca é uma obra tal qual seu irmão mais intelectualizado, o entretenimento cabeça, e como tal, deve ser feito com qualidade e competência. Só porque uma obra de entretenimento é feita tão somente com o intuito de divertir, não quer dizer que ela deva ser feita mal e porcamente. E cabe ao espectador cobrar isso dos responsáveis. Porque afinal, grandes obras clássicas existem que foram feitas somente com a diversão em mente. E elas estão longe de serem consideradas "esquecidas"

Caso em questão.
Portanto, antes de julgar uma obra como "descerebrada", veja seus gostos pessoais. Quantas coisas na sua 
vida não valem a pena só pela emoção e diversão que elas representam? Porque o sorvete tem que ter fundamentos marxistas-filosóficos? Ele não pode só dar o prazer de ser um simples sorvete para você? E, mesmo que você queira um sorvete comunista por que não respeitar a forma como o outro sorvete foi produzido (devo ter me perdido na minha metáfora em algum lugar...) ? Isto é, porque não entender obras de entretenimento pipoca com o respeito que se dedica a entretenimento Cabeça? 

É só assim que vai se distinguir entre as merdas e o que realmente tem valor de produção para nós. não com preconceito babão, e sim com a cabeça aberta. 

Dito isto, Battleship é uma BOOOOOOOOOOOOOSTA. Fujam dele como  se foge do casamento!! 






segunda-feira, 14 de maio de 2012

AVANTE Quadrinhos do Norte! Venham ao Muiraquicon!







 Galera, vim falar aqui pra vocês de um evento INTERNACIONAL que vai rolar aqui em nossa amada Belém! 

O  maior evento internacional desde que Barry White veio em Belém!
  
  
A 9ª Arte – Nerd Store em parceria com a Libra Design lançam em maio o MuiraquiCon: 1º Festival Internacional de Quadrinhos do Norte, no Parque Shopping Belém, localizado na Augusto Montenegro, 4300. A ideia é unir pessoas que se interessam por HQs para que elas possam ter contato com artistas e profissionais do ramo. vão acontecer diversos bate-papos, palestras, exibições de vídeos, espaços para artistas independentes, oficinas e muito mais. Tudo para que os apaixonados por quadrinhos possam se divertir e aproveitar ao máximo com o evento!

 Libere seu lado cosplay!  Se bem que, para alguns, é melhor não.

Esse evento é gratuito,  mas você precisa fazer um cadastro no site para participa. Então corra para o site www.muiraquicon.com para maiores informações (como a lista dos artistas convidados- entre eles nosso aclamado Joe Bennet, quadrinista paraense!), e garanta sua vaga neste  evento fodástico! 

       E VAI TER BOLO! À venda. Na praça de alimentação. Sei lá.

  
Serviço: 

MuiraquiCon: 1º Festival Internacional de Quadrinhos do Norte.

Local: Shopping Boulevard Belém,   Avenida Visconde de Souza Franco 776 Reduto66053-000 Belém, Pará, Brasil

Dias: 24, 25, 26 e 27 de maio.


Twitter: @muiraquicon





APOSTO QUE VOCÊ NÃO LEMBRA: MIGHTY MAX

Diz se isso ativa alguma memória sua: Um garoto de boné vermelho , um homem pássaro baixinho (Danny de Vito style) e um bárbaro combatem criaturas tecno-fantasiosas através do mundo. 
Nada, né? Mas esses foram personagens de uma das animações mais legais dos anos 90.  E mais rápido do que você possa dizer " Alucinação bizarra de ácido", eu (re)apresento para vocês esta pérola da época da TV Colosso (Esse sim, um nome que com certeza alguém lembra): MIGHTY MAX.


O garoto tinha uma obsessão com a letra  M.  Será que ele fazia isso com TODAS as roupas dele?



 A série, curiosamente baseada numa coleção de brinquedos  era sobre um garoto, chamado Max (NÃO! Sério?), que um dia recebe via correio um Boné  com um bilhete que o informava sobre seu destino  como "portador do boné", e com a ajuda de um homem faisão chamado Virgil  e um Bárbaro imortal chamado Norman, o garoto tinha que resolver umas tretas interdimensionais e derrotar um  mega vilão chamado Skullmaster (pontos pela originalidade, desenho..). 

E tudo isso usando apenas um boné e a  moda juvenil dos anos 90. 
 A abordagem da animação era aquela mistura clássica dos anos 90 entre entretenimento e educação. Os problemas do show eram em geral relacionados a lendas e mitos mundiais, com um aspecto científico jogado na mistura. Assim, os episódios sempre começavam com o Max estudando algum aspecto histórico/mitológico em relação ao conflito daquele episódio.  Esse aspecto provavelmente se perdia quando ele enfrentava , digamos, Lobisomens alienígenas ou algo assim. 

Ou quando ele se encontrava com a Tia solteira do Cthulhu.

Esse deve ser um dos desenhos mais esquecidos por todos aqui no brasil, e não tenho muita certeza que ele é lembrado lá fora, não. A Wikipédia informa que ele teve apenas duas temporadas , o que talvez indique uma falha em conseguir audiência. O estilo de animação, certamente, era bem difereny de outros desenhos de sucesso da época, e a própria ênfase do Show em resolução de problemas através do raciocínio e não a porrada deve ter afastado a garotada Massa Véio da época.  De qualquer forma, o show teve alcance suficiente para garantir sua exibição aqui no Brasil, e admito que foi um dos influenciadores na minha escolha de curso de História na faculdade.
Infelizmente, o curso teve uma média baixíssima de monstros. Exceto nos forrós universitários.

Ao fim de tudo, Mighty Max me fez ver o lado divertido de conhecer e estudar outros povos e culturas, embora de maneira bem torta...  Assim como eu, acredito que muitas outras pessoas devem ter sido influenciadas por este show, e eu recomendo uma olhadinha na internet atrás dos episódios, nem que seja pelo valor nostálgico.  Este é mais um daqueles shows que aposto você não lembra, mas que foram feitos com uma atenção mais diferenciada para seu público! 

E certamente mais legal que outros desenhos da época...



 








terça-feira, 8 de maio de 2012

A VIDA "NAS RUA": 3 SÉRIES POLICIAIS SEM FRESCURA

Ei você, me diz aí: você tem raiva da série CSI e seus filhotinhos? Porque eu tenho. E muita. 

Mas os temas de abertura são demais. Isso eu admito.
Se eu tivesse que dar uma razão somente (além dos roteiros risíveis, personagens caricatos, a insistência de que somente pessoas bonitas são policiais e o fato que a Polícia Forense aparentemente tem uma unidade que pode interrogar os suspeitos e persegui-los), seria a falta de humanidade nos personagens. Parece que todos os policiais em CSI são lindos, perfeitos, e sempre capazes de prender o culpado no fim do episódio.  Não à toa, o único episódio que eu gostei desta MERDA foi o que o Quentin Tarantino dirigiu, e isso porque os caras dão uma suada (até que enfim) para resolver a questão toda. E quando o único episódio com senso de realidade de sua série é dirigido por QUENTIN "LITROS DE SANGUE EM KILL BILL" TARANTINO (por mais que ele seja um excelente diretor), você está com problemas.

Acima: realismo.


Aí você pensa "E daí? Séries policiais são isso mesmo, não existe nenhuma que não tenha frescura. Deixa de ser ranzinza!"  E não só eu digo ERRADO, logo após mandar à merda, como mostro aqui 3 séries que são anos-luz à frente de CSI. Algumas do passado, outras presente, e nenhuma do futuro ( porque meu computador não é tão bom assim), elas são todas excelentes pedidas para você ir pedir emprestado lá no tio Torrent. São elas:

3) LUTHER ( Reino Unido)


Sinopse: Idris Elba (AKA "cara que fez o Heimdall no filme do Thor") interpreta um policial inglês que investiga casos escabrosos. A questão é que ele sempre leva muito do caso para sua vida pessoal, causando um pouco de perturbação em sua vida pessoal. Como ser internado para tratamento psicológico por suspeita de agressão a suspeitos.    

Luther, perturbado psicologicamente. Ou coçando uma caspa. 


POR QUE É MELHOR QUE CSI: Atuações convincentes, pra começo de conversa ( uma novidade em relação aos robôs atores de CSI). Roteiros bem escritos, por outro (melhor que os textos de guardanapo de boteco em certas séries).  O tratamento inglês ajuda bastante, já que as séries lá são feitas em geral com o cuidado que se dispensaria a filmes, em todos os aspectos da produção. Enfim, é uma série animal que com certeza vale a pena ser vista.





2) SOUTHLAND ( EUA)

Sinopse: Dia a dia na vida de policiais em Los Angeles. Nada de novo? Que tal um foco na visão geral do policiamento ali, ao invés de ser só no trabalho dos detetives de Homicídios? Southland tem um foco bastante forte no cotidiano dos patrulheiros da força policial (engraçado que esse é o nome de uma série de merda brasileira. Hum.). Com um roteiro mais preocupado em desenvolver personagens que em mostrar resoluções de mistérios babacas para os detetives de sofá em casa ( ALÔ LAW AND ORDER: SVU!), a série tem uma pegada que lembra bastante Dia de Treinamento (alguém lembra desse filme?) 

Mas com uma distinta falta de Denzel Washington.  


POR QUE É MELHOR QUE CSI:  O foco nos personagens ao invés dos crimes faz toda a diferença. Recentemente eu soube que morreu mais da metade dos personagens de CSI, o que, embora eu seja suspeito para falar, não deve ter afetado tanto o espectador assim. Personagens em CSI são estereótipos sem alma; Personagens em Southland são pessoas críveis, e o impacto emocional do que acontece com elas é alto. Isso me faz querer assistir uma série.  



1) HOMICIDE: LIFE ON THE STREET

Sinopse: Já esta série, como o nome deve denunciar, foca-se nos detetives de homicío da cidade de Baltimore, Maryland. Cada temporada possui um "caso" maior específico, embora cada episódio também tenha suas investigações e resoluções próprias. A série conseguiu aliar ao roteiro e histórias  extremamente interessantes, um desenvolvimento absurdo dos personagens, e uma preocupação em passar o peso emocional do trabalho policial.


E com 100% mais participações de Robin Williams que as outras séries! 


POR QUE É MELHOR QUE CSI : Eu poderia dizer que é porque a série foi baseada em um livro que trata de casos e policiais reais ; que ela foi a série que preparou o terreno para a premiada série The Wire ; que  ali não trabalham só pessoas bonitinhas e perfumadas, o que passa um senso maior de dureza e realismo; que a trilha sonora tá de sacanagem de tão boa; ou que ela foi um marco nas séries de sua época justamente por ser considerado o mais próximo de uma investigação policial mostrado na TV ( e é considerada até hoje). Mas quer saber? Vou dizer que ela é melhor porque FODA-SE CSI E LAW AND ORDER, está é a melhor série policial de todas!


E você? Qual sua série policial favorita? Ponha nos comentários o que você pensa, mesmo se gostar de CSI, prometo não te agredir verbalmente ( talvez só mentalmente...).  também temos nosso twitter (@fanbrows) e nossa comunidade no facebook (www.facebook.com.br/fanbrothers). Sigam-nos e curtam-nos! (que frase gay...)


Até a próxima!